Dunkirk (2017)

Dunkirk
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan
Gênero: Ação/ Drama/ Guerra/ Suspense
Origem: Estados Unidos / França / Holanda / Reino Unido
Duração: 106 minutos
Tipo: Longa-metragem
Elenco: Fionn Whitehead, Kenneth Branagh, Cillian Murphy, Mark Rylance, Tom Hardy, Tom Glynn-Carney, Jack Lowden, Harry Styles, Aneurin Barnard, James D’Arcy, Barry Keoghan, Michael Caine, Billy Howle, Bobby Lockwood, Miranda Nolan, Kevin Guthrie, Brian Vernel, Elliott Tittensor, Matthew Marsh, Jochum ten Haaf

Sinopse: Narra dois dos muitos episódios emblemáticos da Segunda Guerra Mundial: a Operação Dínamo e a Batalha de Dunquerque. Na notável operação militar, quase 340 mil soldados aliados foram evacuados sob intenso bombardeio, entre 26 de maio e 4 de junho, da cidade francesa de Dunquerque até a cidade inglesa de Dover. Um desastre decorrente da invasão da França pela forças nazistas em 10 de Maio de 1940, que avançou rapidamente devido à falta de efetiva resistência aliada.


CRÍTICA

Uma das características que mais me surpreendem no diretor Christopher Nolan é a forma e versatilidade com que seus filmes são construídos, sem se prender necessariamente a uma fórmula pré-estabelecida que serviria como um Norte para suas produções. Percorrendo, portanto, sua filmografia, presenciamos linguagens e abordagens absolutamente distintas entre si, que transformam assim, definitivamente, como um cineasta de visão estética e sensorial abrangente, captando com precisão o que de fato julga necessária em suas obras, ou seja, o drama? A tensão? O suspense? A estética? Os personagens?.
Em Dunkirk, Nolan mais uma vez instala uma linguagem e proposta ímpar em sua filmografia, retratando a Guerra e o episódico momento da retirada dos soldados britânicos da praia de Dunkirk como uma amostra realística e aterrorizante do poder massacrante do conflito e qual a devastadora e impecável trajetória daquele evento.

Escrito pelo próprio Nolan, Dunkirk acompanha a Operação Dínamo, mais conhecida como a Evacuação de Dunkirk, onde soldados aliados da Bélgica, do Império Britânico e da França são rodeados pelo exército alemão e devem ser resgatados durante uma feroz batalha no início da Segunda Guerra Mundial. A história acompanha três momentos distintos: uma hora de confronto no céu, onde o piloto Farrier (Tom Hardy) precisa destruir um avião inimigo, um dia inteiro em alto mar, onde o civil britânico Dawson (Mark Rylance) leva seu barco de passeio para ajudar a resgatar o exército de seu país, e uma semana na praia, onde o jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead) busca escapar a qualquer preço.

Ao dividir o longa em três linhas narrativas, Nolan reafirma novamente sua genialidade ao intercalá-las e confundi-las constantemente, já que por se passarem em tempos cronologicamente distintos, posicionam-se como campos observatórios de ângulos multifacetados de uma Guerra, o que transforma a epopeia de Nolan ainda mais complexa e brilhante. Mas percebam que o diretor busca, dessa forma, retratar uma característica real da Guerra, onde o aspecto político e estratégico não entra no campo de batalha nas mãos dos soldados que se enfrentam. A única luta é simplesmente sobreviver. Dessa forma não serão poucas as vezes que Dunkirk tirará o fôlego do espectador, ao mergulhar, muitas vezes literalmente, quem assiste numa série de bombardeios, tiroteios e na iminência em ser capturado pelo lado inimigo.

Nolan utiliza todas as ferramentas possíveis para enclausurar o espectador em cada avião e barco retratado no longa, utilizando inúmeras vezes uma câmera fechada, com cortes violentos e rápidos, que transcendem o desespero dos soldados, contrapondo-se com tomada aéreas incríveis, que denotam o posicionamento estratégico das tropas, assim como a localização e dificuldade de salvação dos soldados, que novamente são enfatizadas pela trilha sonora de Hans Zimmer.
Notem como Nolan faz questão de, em momento algum, aprofundar seus personagens, o que a primeira vista seria algo absurdo e condenável, mas que serve, na verdade, para descentralizar e desumanizar a Guerra, afinal, naquele ambiente, suas motivações, crenças e ideais simplesmente não importam. O objetivo não é avançar ou conquistar um território, mas sim chegar vivo ao final daquele dia.

Dunkirk não é propriamente uma obra fácil de ser digerida, mas propondo-se a abordar a Guerra pura e simplesmente como uma batalha de sobrevivência, Christopher Nolan opta em desenha-la com seu senso estético arrebatador, retratando-a sombriamente e desesperadoramente, onde recuperar o fôlego é a única saída para quem assiste.

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Um comentário sobre “Dunkirk (2017)

  1. Excelente filme com grande elenco sobre tudo o cameo de Michael Caine. Muitos poucos filmes juntam a tantos talentos como o filme Despedida em Grande estilo fez. Parece fantástico que em um filme se pode ver uma história divertida com grande elenco compartindo seus diferentes estilos de atuação ancho que este é umo dos filmes de Michael Caine mais divertidos, sempre tem excelente história. Pessoalmente eu irei ver por causo do tudo o elenco e uma boa história

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